quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O MEU, O MEU RIO

Rio!

Paráfrase de Mário de Sá..Carneiro


— Rio! Rio! — exclamava o poeta — Por que o amo eu tanto?

Não sei… Basta lembrar-me que existo na capital do Prazer, para uma onda de orgulho,

de júbilo e ascensão se encapelar dentro de mim.

É o único ópio negro para a minha dor — Rio!"Como eu amo as suas ruas, as suas praças,

as suas avenidas! Ao recordá-las longe delas — em miragem nimbada, todas me surgem

num resvalamento arqueado que me traspassa em luz. E o meu próprio corpo, que elas vararam, as acompanha "Do Rio, amo tudo com igual amor: os seus monumentos, os seus teatros, os seus bulevares, os seus jardins, as suas árvores, seu mar imenso, suas montanhas

de açúcar... Tudo nele me é encantador, me é lúdico."Ah, o que eu sofro um dia que passo

longe da minha Cidade, sem esperanças de me tornar a envolver nela tão cedo… E a minha saudade é então a mesma que se tem pelo corpo de uma amante perdida…"E à noite, num grande leito deserto, antes de adormecer, eu recordo — sim, recordo — como se recorda a

carne nua de uma amante dourada!"Quando depois regressar à capital assombrosa,

a minha ânsia será logo de a percorrer em todas as avenidas, em todos os bairros,

para melhor a entrelaçar comigo, para melhor a delirar… O meu Rio! o meu Rio!…

enviado por um apaixonado
pela cultura portuguesa

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